sexta-feira, abril 15, 2005

Ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio,
entre flores altas: camélias de ar
espancando, as labaredas dos aloés erguidas
de uma carne difícil.
A beleza que devora a visão alimenta-se da desordem.
O espaço brilha dela, sussurra quando passa por uma imagem
tão leve que não suporta o peso
brusco
do sangue - as veias da garganta contra a boca.

Herberto Helder